Palmas (TO), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Plano para executar Lula e Alckmin foi discutido em casa de Braga Netto, revela investigação

Encontro realizado em novembro de 2022 contou com militares e resultou em prisão de suspeitos nesta terça-feira (19).

19/11/2024

08:52

G1

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), após a vitória na eleição de 2022, foi discutido na residência do general Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, no dia 12 de novembro daquele ano. A informação foi confirmada por Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro e colaborador da Justiça, e reforçada por documentos apreendidos com o general de brigada Mario Fernandes.

A operação da Polícia Federal, realizada nesta terça-feira (19), prendeu Mario Fernandes e outros suspeitos envolvidos no plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que previa a execução de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 15 de dezembro de 2022.

Braga Netto e a ligação com o plano

Braga Netto, que foi ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro, além de candidato a vice na chapa do ex-presidente em 2022, está no centro das investigações. A PF o considera uma figura chave na tentativa de golpe de estado para manter Bolsonaro no poder. Fontes da operação indicam que o general dificilmente escapará de um indiciamento no inquérito em andamento.

O encontro em sua residência, ocorrido semanas após a derrota eleitoral, foi parte do planejamento que incluía ações violentas e golpistas. A informação foi corroborada por Mauro Cid, que passou a colaborar com a Justiça e forneceu detalhes sobre os participantes e a agenda do encontro.

Prisão dos envolvidos

Entre os presos na operação estão:

  • Mario Fernandes – General de brigada;
  • Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo – Militares conhecidos como "kids pretos", com formação em operações especiais;
  • Wladimir Matos Soares – Policial federal.

A PF também realizou buscas em endereços relacionados aos suspeitos e aplicou medidas restritivas, como entrega de passaportes e suspensão do exercício de funções públicas.

Investigações em andamento

O plano "Punhal Verde e Amarelo" foi descrito pela PF como uma ação altamente organizada, com uso de táticas militares avançadas para executar as lideranças políticas e minar o estado democrático. Além das prisões, a investigação avança sobre outros nomes ligados ao governo Bolsonaro e ao Exército.

A expectativa é que o inquérito forneça novos detalhes nos próximos dias, incluindo possíveis conexões internacionais e apoio logístico aos envolvidos.

 


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