Palmas (TO), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Investigação sobre tentativa de golpe de estado gera temor de delações entre militares de alta patente

Inquérito envolvendo 37 investigados, incluindo generais, aponta para possibilidade de novos acordos de colaboração

28/11/2024

06:55

G1

DA REDAÇÃO

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Após a conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) que investigou a tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, cresce a preocupação entre militares de alta patente e no entorno do ex-presidente. O principal temor é que novos acordos de delação sejam firmados, ampliando as informações sobre o caso.

Entre os nomes que mais preocupam estão os generais Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, e Estevam Teophilo, integrante do Alto Comando do Exército até 2023. Ambos são apontados pela PF como figuras centrais nos planos golpistas. Fernandes teria atuado como um dos articuladores, enquanto Teophilo, descrito como "o mais bolsonarista dos generais", teria cogitado mobilizar tropas em apoio à tentativa de golpe.

Delações e penas podem motivar novas colaborações

O inquérito, que indiciou 37 pessoas — 25 delas ligadas às Forças Armadas — foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria Geral da República (PGR). Caberá à PGR decidir sobre o oferecimento de denúncias. Os investigados enfrentam acusações de tentativa de abolição do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa, crimes que podem resultar em penas de até 30 anos de prisão.

Fontes ligadas ao caso acreditam que a severidade das penas, a pressão familiar e a colaboração já firmada por Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro — podem estimular outros investigados a buscar acordos com a PGR. Entretanto, delações só serão aceitas se trouxerem informações novas e relevantes que comprometam figuras de hierarquia superior na organização.

Estratégia de Bolsonaro busca dissociação das acusações

Assessores próximos a Bolsonaro afirmam que ele não está preocupado com as investigações, sustentando que não participou de nenhuma trama golpista. A estratégia do ex-presidente é se distanciar das acusações, apesar de a PF apontar que ele seria diretamente beneficiado pelo golpe.

O general Teophilo, em particular, é descrito como uma figura central na base de apoio mais radical a Bolsonaro dentro do Exército, com ambições de assumir o comando da instituição. Já o general Fernandes é citado como um dos principais articuladores da tentativa golpista.

A delação de Mauro Cid, fechada em setembro de 2023, foi decisiva para o indiciamento dos investigados e pode abrir precedentes para novos acordos. O avanço das investigações coloca mais pressão sobre os militares envolvidos e aumenta as expectativas de desdobramentos no caso.


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