Política Internacional
Trump minimiza Bolsonaro ao justificar tarifa de 50% contra o Brasil: “Não é meu amigo”
Presidente dos EUA afirma que sobretaxa tem objetivo econômico e ignora defesa direta de Bolsonaro, apesar de críticas ao STF e menção à "caça às bruxas"
15/07/2025
20:30
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom pragmático e distante de Jair Bolsonaro (PL) ao comentar nesta terça-feira (15) a decisão de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. Questionado por jornalistas sobre a medida, Trump foi direto:
“Estou fazendo porque posso fazer. Ninguém mais conseguiria. Queremos as tarifas e queremos o dinheiro vindo para os EUA.”
A fala contrasta com o tom de proximidade sugerido por Bolsonaro em entrevista ao site Poder360, na qual disse ser "apaixonado" por Trump e lamentou não poder conversar com ele devido à retenção de seu passaporte pelo STF.
Durante a mesma entrevista, ao ser perguntado sobre as investigações e denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, Trump respondeu:
“Olha, ele não é como um amigo meu. É alguém que eu conheço. Ele representa milhões de brasileiros. Ele ama seu país, e lutou por essas pessoas. Mas eles querem colocá-lo na prisão. Eu acho que isso é uma caça às bruxas.”
Apesar de minimizar a relação pessoal com o ex-presidente brasileiro, Trump voltou a criticar o processo judicial conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), repetindo a narrativa de perseguição:
“Ninguém está feliz com o que o Brasil está fazendo. Bolsonaro foi um presidente respeitado.”
Na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Trump afirma, de forma incorreta, que os EUA têm déficit comercial com o Brasil, quando, na verdade, registram superávit há 17 anos consecutivos.
Além do tom político, a carta retoma um modelo já usado em comunicações semelhantes a outros países, com ênfase em defesa da liberdade de expressão, críticas ao STF brasileiro e menções a "centenas de ordens secretas" que estariam censurando cidadãos americanos.
No entanto, ao justificar diretamente a decisão tarifária aos jornalistas, Trump reforçou a lógica protecionista:
“As tarifas fazem dinheiro entrar. E mais: empresas deixam de pagar tarifas e passam a produzir nos EUA, gerando empregos.”
A nova tarifa entra em vigor em 1º de agosto de 2025;
O governo brasileiro reagiu com críticas e deve acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio);
A medida tem impacto direto sobre exportações agrícolas e industriais brasileiras, inclusive no Mato Grosso do Sul;
Nos bastidores, Eduardo Bolsonaro tenta vincular a suspensão da tarifa a uma anistia ampla aos investigados por tentativa de golpe.
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