Política / Justiça
Bolsonaro deixa prisão domiciliar escoltado para fazer exames médicos em Brasília
Ex-presidente foi submetido a procedimento ambulatorial para retirada de lesões na pele; saída foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes
14/09/2025
09:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou neste domingo (14) sua prisão domiciliar preventiva para realizar exames médicos em Brasília. Foi a primeira saída desde que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão no processo da trama golpista.
Bolsonaro foi escoltado por motos e carros da Polícia Penal do Distrito Federal, com forte aparato de segurança e vistoria no veículo usado. A autorização foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou que o ex-presidente apresente ao STF, em até 48 horas, atestado médico com data e horários do atendimento.
De acordo com a defesa, Bolsonaro passou por um procedimento ambulatorial de 30 minutos no Hospital DF Star para a retirada de duas lesões cutâneas:
um nevo melanocítico, pinta geralmente benigna;
uma neoplasia de comportamento incerto, lesão de natureza indefinida que exige análise laboratorial.
O procedimento incluiu sutura e não exigiu internação. O retorno ao hospital deve ocorrer em 10 a 15 dias para a retirada dos pontos.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar preventiva por ter descumprido medidas cautelares impostas pelo STF durante o julgamento da trama golpista. A decisão de Moraes, em 30 de agosto, já havia estabelecido que todos os veículos usados pelo ex-presidente fossem vistoriados antes de qualquer saída.
Embora condenado, Bolsonaro só deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado após o esgotamento dos recursos da defesa, previsto para ocorrer entre outubro e dezembro. A defesa, no entanto, avalia usar laudos médicos para pedir a conversão da pena em prisão domiciliar definitiva, evitando o envio ao Complexo da Papuda ou a uma sala da Polícia Federal.
Nos últimos meses, Bolsonaro apresentou problemas de saúde recorrentes, como refluxo, soluços constantes e infecções pulmonares. Em agosto, exames apontaram esofagite e gastrite em grau mais leve, mas com necessidade de tratamento contínuo.
Aliados também relatam que o ex-presidente atravessa um momento de fragilidade psicológica, ainda que não diagnosticado formalmente com depressão. Um interlocutor próximo afirmou acreditar que o STF evitará colocá-lo no regime fechado diante de riscos à saúde.
Cerca de 20 apoiadores aguardaram a chegada de Bolsonaro ao hospital, exibindo bandeiras do Brasil, de Israel e dos EUA. O ex-presidente fez apenas acenos discretos e não concedeu declarações à imprensa.
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