Política Internacional
Governo Trump elaborou planos para derrubar Maduro e tomar petróleo da Venezuela, diz jornal
Casa Branca avalia ações militares, envio de forças especiais e controle de campos petrolíferos; operação buscaria driblar aprovação do Congresso norte-americano
05/11/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O governo dos Estados Unidos, sob comando do presidente Donald Trump, teria elaborado planos para derrubar o regime de Nicolás Maduro e assumir o controle de campos de petróleo na Venezuela, segundo reportagem do jornal The New York Times publicada nesta semana.
De acordo com fontes citadas pelo periódico, o Conselho de Segurança Nacional e altos assessores da Casa Branca discutem uma série de opções militares e de inteligência, que vão desde bombardeios a alvos estratégicos até operações de forças especiais voltadas à captura ou eliminação do líder venezuelano.
Trump ainda não teria tomado uma decisão final, mas, segundo a reportagem, auxiliares próximos pedem que ele autorize uma ação direta contra Maduro. O presidente, no entanto, teme um possível fracasso militar e busca uma justificativa legal para agir sem declarar guerra nem depender de aprovação do Congresso.
“O presidente Trump tem sido claro em sua mensagem a Maduro: pare de mandar drogas e criminosos para nosso país”, declarou Anna Kelly, porta-voz da Casa Branca.
“O presidente continuará a atacar narcoterroristas traficando drogas ilícitas — qualquer coisa além disso é especulação e deve ser tratada como tal”, acrescentou.
Nos bastidores, assessores da Casa Branca consultaram o Departamento de Justiça para elaborar uma tese jurídica que permita ações militares ou de inteligência amparadas pela legislação antiterrorismo norte-americana.
As possibilidades estudadas pelo governo dos EUA incluem:
Bombardeios a instalações militares na Venezuela, com o objetivo de enfraquecer o apoio das Forças Armadas a Maduro e forçar sua fuga;
Envio de um grupo de operações especiais, para capturar ou eliminar o ditador;
Invasão de áreas estratégicas, como aeroportos e campos de produção de petróleo, sob pretexto de conter o narcotráfico e garantir “estabilidade energética”.
Ainda segundo o New York Times, Trump autorizou recentemente a CIA a operar em território venezuelano, o que inclui desde ações de informação e sabotagem até infiltração em estruturas do regime.
Críticos dentro do próprio governo, contudo, alertam que uma ofensiva militar poderia ter o efeito contrário, reforçando o discurso nacionalista de Maduro e aprofundando o apoio interno ao ditador.
O plano americano também contempla a tomada de controle dos principais campos de petróleo da Venezuela, país que possui uma das maiores reservas do mundo. A estratégia, segundo fontes ouvidas pelo jornal, seria isolar economicamente o regime chavista e garantir acesso direto a recursos energéticos para aliados regionais.
Nos Estados Unidos, o governo Trump justifica a pressão sobre Caracas com base em supostas ligações de Maduro com o narcotráfico internacional. Washington o acusa de liderar o “Cartel de los Soles”, uma organização de militares e políticos venezuelanos envolvidos com tráfico de drogas — embora não haja evidências públicas consistentes que sustentem a acusação.
Desde o início de 2025, mais de 60 pessoas morreram em ataques a embarcações suspeitas de transporte de drogas no Caribe e no Pacífico, segundo autoridades americanas. Nenhuma prova concreta, porém, foi apresentada sobre o conteúdo dessas embarcações.
Nas próximas semanas, o porta-aviões USS Gerald Ford, o maior do mundo, deve chegar ao Caribe, acompanhado por outros navios de guerra e tropas posicionadas em Porto Rico. O movimento amplia a presença militar dos EUA na região e sinaliza preparação para possíveis operações.
Segundo analistas internacionais, o governo Trump busca equilibrar pressão militar e cálculo político, temendo que um ataque direto gere repercussões internacionais e divida o Congresso norte-americano.
“Trump tenta projetar força sem mergulhar em uma guerra aberta”, avalia um especialista ouvido pelo jornal. “Mas qualquer passo em falso pode transformar a Venezuela em um novo Iraque.”
A Venezuela vive sob sanções econômicas e isolamento diplomático há anos. Maduro enfrenta denúncias de corrupção, repressão e violações de direitos humanos, mas mantém o controle do Exército e o apoio de aliados como Rússia, China e Irã.
Uma intervenção dos Estados Unidos poderia provocar reação internacional imediata, além de instabilidade política e humanitária na América do Sul. Países vizinhos, como Brasil e Colômbia, têm reforçado posições de cautela e defesa da solução diplomática.
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