Política / Justiça
Moraes determina perícia da PF para comprovar diagnóstico de Alzheimer de Augusto Heleno
Contradições sobre data do diagnóstico motivam exigência de laudo clínico completo antes da análise da prisão domiciliar
01/12/2025
21:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal produza, em até 15 dias, um laudo pericial completo sobre o estado de saúde do general da reserva Augusto Heleno, 78 anos, condenado por envolvimento na trama golpista e atualmente preso.
A decisão foi tomada após contradições apresentadas pela defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre o diagnóstico de Alzheimer, utilizado como argumento para solicitar prisão domiciliar.
No momento da prisão, Heleno informou a uma equipe médica que seria portador de Alzheimer desde 2018. No entanto, em documento enviado ao STF, sua defesa afirmou que o diagnóstico teria ocorrido apenas em 2025, o que levantou dúvidas sobre a veracidade das informações apresentadas.
Diante da inconsistência, Moraes escreveu que:
“A análise do pedido exige a efetiva comprovação do diagnóstico de demência mista (Alzheimer e vascular). Determino a elaboração de laudo clínico completo, incluindo histórico médico, exames e avaliações de laboratório.”
No último sábado (29), Moraes já havia concedido cinco dias para que a defesa enviasse documentos comprobatórios, como:
Relatórios médicos,
Exames anteriores,
Registro de consultas ao longo dos últimos anos,
Informações sobre médicos responsáveis pelo acompanhamento.
O ministro também determinou que a defesa esclareça se, durante o período em que Heleno exerceu o cargo de ministro do GSI (2019 a 2022), o diagnóstico foi comunicado aos serviços médicos da Presidência da República ou a qualquer órgão responsável por sua saúde funcional.
Moraes destacou que nenhum documento comprova sintomas contemporâneos aos anos de 2018 a 2023, período em que Heleno ocupou função estratégica que incluía comando sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo o ministro:
“Todos os exames apresentados foram realizados apenas em 2024, não havendo indício nos autos de registros médicos anteriores que confirmem o quadro informado.”
Somente após a entrega do laudo da Polícia Federal e a análise dos documentos solicitados é que o STF avaliará o pedido de prisão domiciliar. O caso é uma das peças centrais do processo que apura o envolvimento de militares de alta patente na tentativa de golpe.
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