Política Internacional
Governo nega oferta de asilo a Nicolás Maduro e descarta papel de mediação entre EUA e Venezuela
Brasília teme que eventual ação militar americana abra precedente para intervenções em outros países da região
05/12/2025
10:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O governo brasileiro afirmou que não ofereceu e não pretende oferecer asilo ou refúgio ao ditador Nicolás Maduro, contrariando rumores que circularam nos últimos dias. Segundo integrantes de alto escalão da administração federal, Maduro também não sinalizou interesse em buscar proteção no Brasil.
Ainda assim, caso o venezuelano entre em território brasileiro ou busque abrigo na embaixada em Caracas, o governo analisará a solicitação — um procedimento padrão para pedidos de refúgio. A avaliação interna, porém, é de que o Brasil não seria a primeira opção do líder venezuelano.
A relação entre os dois países permanece sensível.
Brasília:
não reconheceu as eleições de 2024 na Venezuela, consideradas fraudulentas por observadores internacionais;
rejeitou a entrada do país no Brics, gerando novo desgaste diplomático.
Esses fatores reduzem ainda mais a probabilidade de Maduro buscar proteção no Brasil.
De acordo com membros do governo, a grande preocupação do Planalto no momento é evitar uma ação militar dos Estados Unidos na Venezuela. A avaliação é de que o risco de intervenção permanece alto, especialmente diante das pressões públicas feitas pelo presidente Donald Trump, que cobra a renúncia imediata de Maduro.
Um ataque dos EUA, segundo o governo brasileiro, teria impactos potencialmente graves:
aumento expressivo no fluxo de refugiados venezuelanos para países vizinhos;
abertura de precedentes para intervenções em outras nações criticadas por Trump, como México e Colômbia;
instabilidade regional prolongada, com risco de efeitos diretos sobre o Brasil.
Integrantes do governo afirmam que Brasília não exerce qualquer papel de mediação entre EUA e Venezuela e não participou do telefonema entre Trump e Maduro revelado pela imprensa internacional.
Na avaliação de um dos interlocutores, uma renúncia de Maduro agora — como pressiona a Casa Branca — geraria um vácuo de poder e poderia levar a novo ciclo de caos interno. Nenhuma liderança da oposição, incluindo Maria Corina Machado, teria força suficiente para estabilizar o país.
Citam, como alerta, os cenários pós-ruptura em Líbia, Síria, Iraque e Afeganistão, marcados por colapso institucional.
O governo também afirma que não foi informado oficialmente sobre a conversa entre Joesley Batista e Maduro, revelada pela Bloomberg. Segundo a agência, o empresário teria pedido ao ditador que renunciasse e Washington foi comunicada previamente da reunião.
Brasília nega envolvimento no contato e afirma que não participou de tratativas relacionadas ao encontro.
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