ECONOMIA
Dólar sobe após 12 quedas e fecha a R$ 5,79 com cenário geopolítico no radar; Ibovespa avança
Mercado reage a tensões globais e incertezas sobre política econômica dos EUA
05/02/2025
17:46
G1
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O dólar interrompeu uma sequência de 12 quedas consecutivas e fechou esta quarta-feira (5) em alta de 0,40%, cotado a R$ 5,7940. O movimento reflete a crescente preocupação dos investidores com o cenário geopolítico mundial, em meio às recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Faixa de Gaza e a possível escalada de uma guerra comercial com a China.
A valorização do dólar também foi impulsionada pelo contexto de juros elevados nos EUA, que aumentam a atratividade dos títulos públicos norte-americanos, considerados os investimentos mais seguros do mundo.
No Brasil, os investidores acompanharam a divulgação de dados da produção industrial, enquanto no cenário externo, os mercados repercutiram a ampliação do déficit comercial dos EUA e a criação de novas vagas de trabalho no setor privado norte-americano.
📈 Dólar
📊 Ibovespa
Os mercados reagiram às declarações de Donald Trump, que sugeriu que os EUA assumam o controle da Faixa de Gaza. A fala, feita ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, gerou repercussão internacional negativa, aumentando os temores de uma nova crise global e de impactos na economia, especialmente no setor de energia e petróleo.
Embora a Casa Branca tenha tentado minimizar o impacto das declarações, afirmando que a realocação de palestinos seria "temporária", a incerteza sobre o Oriente Médio reforçou a busca por ativos considerados mais seguros, como o dólar.
Outra preocupação que afetou o mercado foi o avanço das tensões comerciais entre EUA e China. Após Trump impor novas tarifas a produtos chineses, a Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que a China contestou as medidas, elevando a expectativa de uma escalada de retaliações comerciais entre as duas potências.
A possibilidade de um novo embate comercial preocupa os mercados, pois pode impactar o crescimento global e afetar diretamente países exportadores, como o Brasil.
As incertezas sobre a política monetária dos EUA também pesaram no mercado. O Federal Reserve (Fed) segue avaliando a possibilidade de manter os juros altos por mais tempo para controlar a inflação.
Os juros elevados aumentam a atratividade dos títulos públicos dos EUA, o que pode levar investidores estrangeiros a retirar recursos de países emergentes, como o Brasil, fortalecendo o dólar.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números da produção industrial, que cresceu 3,1% em 2024, mas mostrou sinais de desaceleração, com queda de 0,3% em dezembro.
Além disso, investidores repercutiram as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que irá se reunir com representantes do setor de alimentos para discutir soluções para a alta dos preços e o impacto na inflação.
Nos EUA, os dados econômicos trouxeram sinais mistos. O déficit comercial aumentou 24,7% em dezembro, atingindo US$ 98,4 bilhões, o maior nível desde março de 2022.
Por outro lado, o mercado de trabalho americano demonstrou resiliência, com 183 mil novas vagas criadas em janeiro, acima das 176 mil de dezembro.
A desaceleração inesperada do setor de serviços nos EUA, porém, trouxe um alívio, indicando que a inflação pode estar sendo contida, o que pode influenciar futuras decisões do Fed sobre os juros.
Os próximos dias devem continuar marcados por volatilidade no mercado financeiro, com os investidores acompanhando:
✅ Evolução das tensões geopolíticas, especialmente no Oriente Médio
✅ Desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China
✅ Pronunciamentos do Fed sobre os juros norte-americanos
✅ Medidas econômicas do governo brasileiro para conter a inflação
O mercado segue atento às decisões políticas e econômicas que podem impactar os investimentos e a cotação do dólar, enquanto a Bolsa brasileira busca manter o viés positivo observado no acumulado do ano.
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