História e Arqueologia
O sarcófago egípcio que ninguém ousou abrir há mais de um século intriga arqueólogos
Descoberto por Howard Carter em 1919, o túmulo de "Bashiri" permanece lacrado devido ao seu método único de mumificação e fragilidade das ligaduras
06/04/2025
07:30
ZAP
DA REDAÇÃO
Um sarcófago descoberto há 106 anos continua por abrir devido a um enigma sem precedentes na arqueologia egípcia ©Egypt Museum
Há mais de 100 anos, um misterioso sarcófago descoberto no Vale dos Reis, no Egito, permanece fechado. A razão, ao contrário do que muitos imaginam, não está ligada a lendas ou maldições, mas à complexidade e fragilidade de um método de embalsamamento inédito, que pode ser destruído caso o invólucro seja violado.
O achado foi feito em 1919 pelo arqueólogo britânico Howard Carter, três anos antes da famosa descoberta do túmulo de Tutankhamon. No interior do sarcófago, os pesquisadores encontraram uma múmia envolta em ligaduras dispostas em padrão geométrico nunca antes registrado, que lembram as formas das próprias pirâmides egípcias.
O padrão das faixas chamou tanta atenção que os estudiosos apelidaram o corpo mumificado de “Bashiri”, embora nenhuma inscrição clara tenha sido encontrada que confirme esse nome.
“Trata-se de uma técnica absolutamente única na história da mumificação egípcia”, relatou o periódico espanhol El Confidencial.
Por causa da extrema delicadeza do embalsamamento, nunca foi possível abrir fisicamente o sarcófago sem colocar em risco o legado arqueológico que ele representa. Em vez disso, arqueólogos recorreram a tecnologias não invasivas, como tomografia computadorizada e raios X, para estudar o conteúdo sem danificar o invólucro.
A análise revelou que o indivíduo mumificado era um homem com cerca de 1,67 metro de altura, provavelmente falecido no século III a.C., durante o auge da era ptolomaica — período marcado pela fusão entre tradições egípcias e influência helenística.
Entre os detalhes mais impressionantes observados por imagem digital, destacam-se:
Contas em forma de cabeça de falcão sobre o peito, representando poder e riqueza
Representações das deusas Ísis e Néftis, protetoras dos mortos, no corpete
Imagens do deus Anúbis sobre os pés, reforçando a importância espiritual do falecido
Esses elementos sugerem que Bashiri pertencia à elite egípcia, talvez como nobre ou sacerdote de alto grau, embora sua identidade exata continue sendo um mistério.
A principal razão é científica e conservacionista: qualquer tentativa de abrir o sarcófago poderia destruir para sempre a complexa técnica de embalsamamento — algo único na história da arqueologia egípcia. Preservar o corpo em seu estado atual é essencial para futuras gerações de estudiosos.
Bashiri mummy is the only mummy from which scientists did not dare and refused to remove the linen because there is no human being or technology in the entire world that can return it as it was. Discovered in 1919 by Howard Carter in the Valley of the Kings #Egypt @stelle_lune pic.twitter.com/RBUkGvlDeS
— Miguel Calabria (@MiguelCalabria3) January 31, 2025
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