Polícia / Justiça
Dono da Ultrafarma confessou fraude fiscal, fez acordo de R$ 32 milhões e foi preso dias depois em nova operação do MPSP
Sidney Oliveira assinou termo para encerrar investigação de 2020, mas acabou alvo de ação sobre esquema bilionário de propina e créditos de ICMS
13/08/2025
08:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O empresário Sidney Oliveira, dono da rede Ultrafarma, confessou ter participado de uma organização criminosa para cometer fraude fiscal e assinou um acordo de não persecução penal com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) no valor de R$ 31,9 milhões. O documento foi homologado pela Justiça paulista em 29 de julho, apenas duas semanas antes de ele ser preso em outra investigação, desta vez sobre um suposto esquema bilionário de corrupção envolvendo créditos de ICMS.
O acordo foi firmado no âmbito da Operação Monte Cristo (2020), conduzida pelo Gaeco e pela Secretaria Estadual da Fazenda, que apurou sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor farmacêutico. Além do pagamento de multas, Oliveira se comprometeu a implementar um programa de compliance na empresa, não participar de novos esquemas de fraude fiscal e doar o equivalente a 50 salários mínimos em produtos ou dinheiro a entidades sociais.
No entanto, em 12 de agosto, o empresário foi alvo da Operação Ícaro, conduzida por outro setor do MPSP, o Gedec. A ação também prendeu o diretor estatutário da Fast Shop, Mário Otávio Gomes, e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, suspeito de receber R$ 1 bilhão em propina desde 2021 para manipular processos administrativos e favorecer empresas no abatimento de dívidas tributárias.
Sidney Oliveira – preso em uma chácara em Santa Isabel (SP)
Mário Otávio Gomes – preso na zona norte de São Paulo
Artur Gomes da Silva Neto – preso em Ribeirão Pires (SP), apontado como arrecadador de propina usando empresa no nome da mãe, de 73 anos
O MPSP apura se a nova prisão pode invalidar o acordo assinado no caso anterior, já que os promotores do Gaeco não tinham conhecimento da investigação do Gedec.
Fernando Capez, ex-deputado e advogado, foi citado como defensor de Sidney a pedido do auditor fiscal; ele nega a intermediação e afirma que foi contratado por uma empresa ligada à Ultrafarma, recebendo honorários “licitamente”.
Secretaria da Fazenda de SP – informou que abriu processo administrativo para apurar a conduta do servidor e reforçou compromisso com ética e justiça fiscal.
Fast Shop – declarou não ter acesso aos autos e disse colaborar com as autoridades.
Ultrafarma e Sidney Oliveira – não se manifestaram até o momento.
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