Palmas (TO), Terça-feira, 23 de Setembro de 2025

Política Internacional / Saúde

Trump sugere ligação entre paracetamol na gravidez e autismo, sem provas científicas

Fabricante do Tylenol e especialistas classificam fala como irresponsável e alertam para riscos à saúde das gestantes

23/09/2025

07:45

DA REDAÇÃO

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (22) que a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos) recomendará que grávidas evitem o uso de paracetamol, sugerindo uma possível relação entre o medicamento e o aumento de casos de autismo no país. A declaração foi feita em coletiva ao lado do secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., mas não foi acompanhada de evidências científicas.

Segundo Trump, o paracetamol deveria ser utilizado apenas sob recomendação médica específica. Ele chegou a citar Cuba como exemplo, dizendo que o país teria índices menores de autismo por não dispor de Tylenol, marca mais popular do fármaco.

Especialistas rebatem

Médicos e cientistas reagiram imediatamente. O presidente do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, Steven Fleischman, classificou a fala como “irresponsável”.

“O anúncio de hoje não é apoiado por evidências científicas e simplifica perigosamente as muitas e complexas causas dos problemas neurológicos em crianças”, alertou.

Pesquisadores reforçam que o aumento nos diagnósticos de autismo está ligado principalmente à ampliação dos critérios médicos e aos avanços nos métodos de identificação, e não ao uso de analgésicos.

A fabricante do Tylenol, Kenvue, também repudiou a declaração.

“Discordamos veementemente de qualquer sugestão contrária à ciência independente. Estamos profundamente preocupados com o risco que isso representa para a saúde das mulheres grávidas”, disse Melissa Witt, porta-voz da empresa, ao The New York Times.

Decisão paralela da FDA

Ainda nesta segunda-feira, a FDA anunciou que iniciou o processo de aprovação da leucovorina como tratamento para crianças com autismo associado à deficiência de folato cerebral (DFC). O medicamento, já usado contra câncer e anemia, apresentou resultados positivos em estudos ao melhorar a comunicação verbal em pacientes desse perfil.

Segundo nota da agência, indivíduos com deficiência de folato no cérebro podem apresentar atrasos no desenvolvimento, convulsões e dificuldades motoras, sintomas que podem ser reduzidos com a leucovorina.


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