Política Internacional
Eduardo Bolsonaro reage após Trump elogiar Lula na ONU e chama postura de ‘firmeza estratégica’
Deputado exaltou sanções contra autoridades brasileiras e disse que Lula está ‘impotente na mesa global’
23/09/2025
11:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou nesta terça-feira (23) sobre os elogios feitos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Trump afirmou que teve uma “química excelente” com Lula após um breve encontro no plenário da ONU e disse que pretende se reunir com o petista na próxima semana para tratar das tarifas impostas ao Brasil. “Ele parece um homem muito agradável, eu gosto dele e ele gosta de mim. Eu gosto de fazer negócios com pessoas que eu gosto”, disse o republicano.
Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA e é apontado como um dos principais articuladores das sanções contra autoridades brasileiras, interpretou a fala de Trump como parte de uma estratégia política.
“Para quem conhece as estratégias de negociação de Donald Trump, nada do que aconteceu foi surpresa. Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações”, declarou Eduardo em publicação no X (antigo Twitter).
O parlamentar citou como exemplo a sanção aplicada ontem pelo governo americano à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, sob a Lei Magnitsky. Segundo ele, foi um “recado claro e direto” e prova da “genialidade de Trump como negociador”.
“Enquanto isso, outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global. Na verdade, Lula agora está na obrigação de aproveitar a rara oportunidade de sentar-se com Trump e com a difícil missão de extrair algo de positivo nesta mesa”, afirmou Eduardo.
No mesmo discurso, Trump voltou a justificar as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, afirmando que o país “está indo mal” e que só melhorará se alinhar sua política aos EUA.
“O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”, declarou Trump.
O episódio ocorre em meio ao pior momento das relações entre os dois países em décadas. Na segunda-feira (22), a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Eduardo Bolsonaro e o influenciador Paulo Figueiredo ao STF por coação no curso do processo da trama golpista que resultou na condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão.
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