Letin Leitão (PR) falou durante quase uma hora e afirmou ter bom relacionamento com o prefeito Elson Lino de Aguiar (MDB). Outro réu, Gustavo Araújo da Silva, disse que fez os disparos com a intenção de roubar.
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Letim Leitão prestou depoimento para juíza em Novo Acordo — Foto: Reprodução/TV Anhanguera |
O vice-prefeito de Novo Acordo, Leto Moura Leitão Filho (PR), conhecido como Letim Leitão, foi ouvido no Fórum da cidade nesta terça-feira (3). Ele falou durante quase uma hora e voltou a negar qualquer envolvimento com o atentado contra o prefeito da cidade, Elson Lino de Aguair (MDB). Outros três acusados do crime também foram interrogados pela juíza Aline Iglesias.
O depoimento de Letim Leitão foi o último a ser realizado e também o mais demorado entre os quatro. O vice-prefeito apareceu no tribunal muito mais magro do que estava quando foi preso e afirmou ter um bom relacionamento com o prefeito. Os advogados dele não quiseram falar com a imprensa. |
Audiência sobre atentado contra prefeito de Novo Acordo — Foto: Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera |
O homem que confessou ter feito os disparos, Gustavo Araújo da Silva, também foi ouvido. Ele afirmou que cometeu o crime porque tinha a intenção de roubar a casa do prefeito e a vítima reagiu. A versão é diferente da apresenta por ele na época da prisão, quando afirmou ter feito os disparos porque acreditava que o alvo era um estuprador.
As duas pessoas acusadas de intermediar o crime, Kelly Fernanda Carvalho e Paulo Henrique de Sousa, também falaram. Os dois também negaram envolvimento com o crime. No caso do empresário, ele também apresentou versão diferente do que foi dito no primeiro depoimento.
Na época do crime, de acordo com a Polícia Civil, Paulo Henrique disse que foi contratado por Letim Leitão para encontrar um pistoleiro. Ele teria afirmado ainda que o vice-prefeito ofereceu R$ 6 milhões para que ele assumisse sozinho a autoria da tentativa de homicídio. Nesta terça-feira, ele negou ter envolvimento com o caso
A audiência foi suspensa após o fim dos depoimentos. A juíza deu então um prazo para que as defesas apresentem as alegações finais e só depois deve decidir se o caso irá à júri popular. |
Prefeito foi levado ao HGP após ser baleado na cabeça — Foto: Reprodução/TV Anhanguera |
O caso
O vice-prefeito de Novo Acordo, Leto Moura Leitão Filho (PR), foi preso em flagrante como suspeito de encomendar o atentado contra o prefeito, Elson Lino de Aguiar (MDB). O atentando contra o prefeito, conhecido na cidade como Dotozim, foi no dia 9 de janeiro. Ele levou três tiros, inclusive um na cabeça, mas já recebeu alta do hospital.
Além dele, foi também foi capturado Gustavo Araújo da Silva, suspeito de ser o executor do atentado. Inicialmente, eles teriam combinado um pagamento de R$ 10 mil pelo crime, mas o depósito não chegou a ser feito. Também foi preso o empresário Paulo Henrique Sousa, suspeito de fazer a intermediação entre o político e Gustavo.
A Polícia Civil concluiu as investigações e disse que o crime estava planejado para acontecer antes do Natal de 2018, mas a ação não deu certo. A motivação teria a ver com desentendimentos a respeito da divisão de propinas na cidade. Os dois políticos sempre negaram a participação em qualquer esquema de corrupção.

