Palmas (TO), Sábado, 18 de Maio de 2024

ECONOMIA

Declínio do dinheiro em espécie: como as viagens para o exterior estão se atualizando com remessas internacionais

10/10/2023

16:00

*Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank

©DIVULGAÇÃO

Não é uma novidade que o papel moeda turismo esteja em declínio mesmo considerando que as transações internacionais de pessoas físicas em si estejam aumentando.

Por um lado, a população brasileira, Pessoas Físicas (PFs) só em 2022, enviaram US$ 4,7 bilhões (R$ 22,5 bilhões) para outros países, o que representa um aumento de 22% na comparação com 2021 e de 63% com 2019, como aponta o Banco Central (BC). Por outro lado, em um estudo interno que fizemos no transferbank, identificamos que a utilização do dinheiro em espécie de moeda estrangeira está perdendo espaço como um todo.

De acordo com o levantamento, ao compararmos dados do ano passado com os de 2019, que, para uso de análise, foi o último ano antes da pandemia e quando o setor ainda estava normalizado, notamos uma queda de 37% nas operações, caindo de US$ 6.2 bilhões para US$ 3.9 bilhões. Vale destacar que, apesar de ainda não terem sido divulgados pelo BC, estimo que esse número seguirá em queda no primeiro semestre de 2023 e gradualmente continuará sendo reduzido, até chegar a sua quase “extinção” nos próximos três anos.

Ou seja, estamos diante de uma mudança de ares, mas que não ocorre à toa. O mercado cambial vem passando por uma crescente digitalização financeira, em que há uma grande difusão de alternativas muito melhores, seja pela praticidade, eficácia, segurança ou redução de custos.

Um dos exemplos mais evidentes nesse sentido é o cartão de débito de contas internacionais, que traz para o dólar comercial um spread de 2% a 3% e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 1,1%. Essa é uma opção que não só é mais barata em relação ao dinheiro em espécie, mas também é extremamente versátil, podendo ser usada tanto em lugares turísticos quanto em locais remotos. Inclusive com opção de saques em caixas eletrônicos no exterior.

Já no caso do papel moeda de dólar utilizado para turismo, o spread varia de 2,5% a 5% além do imposto de 1,1%. Aqui é importante abrir um parênteses para situações de necessidade desse tipo de recurso; nas próprias localidades mais afastadas nunca é demais ter algumas notas no bolso, para caso haja alguma emergência. Por isso, um bom planejamento é fundamental em qualquer viagem, especialmente considerando que a opção anterior de cartão de débito de contas internacionais possibilita saques em caixas eletrônicos com custo mais reduzido. 

Ainda vale destacar que essas não são as únicas opções disponíveis no mercado cambial. Duas outras que também são comumente utilizadas são o cartão de crédito internacional e o cartão pré-pago internacional, em que o spread varia de, respetivamente, 1% a 6% e 1% a 3% para o dólar gasto em atividades turísticas, enquanto o IOF é de 6,38% para ambos os casos.

Qual é o maior desafio dos meios de pagamento digitais no exterior? 

Considerando que as soluções de plataformas digitais facilitadas para brasileiros são relativamente novas, ainda muitos consumidores desconhecem ou podem ter dúvidas e receios. Esse fator deve ser o principal obstáculo da consolidação dessas opções, o que ainda deve dar algum tempo de vida para o dinheiro espécie no exterior.

Contudo, é certo dizer que ao ganhar mais popularidade, deve-se ampliar significativamente o consumo de meios de pagamento alternativos ao papel moeda estrangeiro. E isso não é um processo que depende exclusivamente do boca a boca, mas sim de um desenvolvimento acelerado, o qual já estamos observando, em empresas que disponibilizam inúmeras vantagens com as contas internacionais.

Hoje, há soluções que geram cada vez mais uma economia maior nas taxas, oferecendo as melhores cotações do mercado. Muitas delas também contam com aplicativos de fácil usabilidade e possibilitam o envio de dinheiro para qualquer outra conta internacional, além de proporcionarem aos clientes um atendimento humanizado totalmente personalizado e disponível.

Portanto, não é uma questão de preferência, e sim dos elementos que podem deixar a jornada do viajante mais confortável. Definitivamente, o lado financeiro não é o único que importa para tornar uma experiência de viagem agradável, mas com certeza é um fator que contribui demais com isso, então é um tema que vale a nossa atenção.

*Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank, uma das principais soluções de pagamentos e recebimentos internacionais do Brasil.


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