POLÍTICA
Polícia Federal aponta envolvimento de Tenente Portela em plano golpista; mensagens codificadas reforçam investigações
Suplente de senadora e presidente do PL-MS, Portela é acusado de intermediar financiadores de atos antidemocráticos e manter contato próximo com Bolsonaro.
26/11/2024
17:33
CGN
DA REDAÇÃO
Tenente Portela durante entrevista ao Campo Grande News (Foto: Alex Machado)
O inquérito de quase 900 páginas da Polícia Federal (PF), cujo sigilo foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, aponta o envolvimento de Aparecido Andrade Portela, conhecido como Tenente Portela (PL), em ações relacionadas à tentativa de golpe de Estado no Brasil. Suplente da senadora Tereza Cristina (PP) e presidente estadual do PL em Mato Grosso do Sul, Portela teria atuado como intermediário entre o governo do então presidente Jair Bolsonaro e os financiadores de manifestações antidemocráticas no estado.
As investigações revelaram diálogos codificados entre Portela e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em mensagens trocadas pelo WhatsApp, os dois se referiam ao golpe como “churrasco”, indicando que Portela pressionava para a concretização do plano.
De acordo com o relatório, essas mensagens mostram que o grupo acreditava na viabilidade do golpe, que vinha sendo articulado desde o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Portela teria uma longa amizade com Bolsonaro desde os anos 1970 e realizou 13 visitas ao Palácio do Alvorada em dezembro de 2022. Segundo a PF, essa proximidade reforça o papel central de Portela nas articulações golpistas.
Após os atos de 8 de janeiro, Portela demonstrou preocupação em ser identificado como um dos organizadores. Em mensagens enviadas a Mauro Cid, ele compartilhou prints de publicações nas redes sociais que o apontavam como golpista.
O uso do aplicativo Signal, conhecido por sua segurança, indica o cuidado dos envolvidos em evitar rastreamento.
O relatório final da PF foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisará as evidências e decidirá se apresentará denúncias contra os investigados, incluindo Portela.
Procurado, Tenente Portela afirmou que desconhece o conteúdo do inquérito e que buscará informações antes de se manifestar. “Vou verificar e após entro em contato. Até o momento desconheço”, declarou.
A investigação da PF evidencia o grau de articulação e planejamento de atos antidemocráticos, com divisão de tarefas e financiamento coordenado. O caso amplia as acusações contra figuras próximas a Bolsonaro e reforça a gravidade das ações que ameaçaram a ordem democrática no Brasil.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
CCR MSVia alerta para obras com tráfego alternado na BR-163/MS nesta quarta-feira, 15
Leia Mais
Governo Lula prepara campanha às pressas para negar taxação do Pix
Leia Mais
Caixa inicia calendário de aditamentos dos contratos do novo FIES
Leia Mais
Confira seu astral para esta quarta-feira, 15
Municípios