Palmas (TO), Quinta-feira, 06 de Fevereiro de 2025

POLÍTICA

Lula aponta dólar, Banco Central e exportações como responsáveis pela inflação dos alimentos

Presidente critica condução econômica e vê impacto da política monetária nos preços

06/02/2025

08:05

G1

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (6) que a alta do dólar, a condução da política monetária pelo Banco Central e o aumento das exportações estão entre os principais fatores que contribuíram para a inflação dos alimentos no Brasil nos últimos meses.

“Esse é um problema que me persegue desde que eu trabalhava no chão de uma fábrica. Toda vez que a inflação cresce, o alimento cresce, e o trabalhador que vive de salário é quem paga o preço alto. Na medida em que a gente aumenta o salário mínimo acima da inflação, aumenta a massa salarial, temos que compensar com uma redução do preço dos alimentos”, afirmou Lula em entrevista a rádios da Bahia.

Críticas ao Banco Central

O presidente voltou a criticar a atuação do Banco Central, mencionando que a gestão de Roberto Campos Neto criou uma “arapuca” que não pode ser desmontada rapidamente. A relação entre o governo e a autoridade monetária foi marcada por embates, especialmente devido à política de juros elevados para conter a inflação.

Desde janeiro de 2024, o comando do Banco Central está sob Gabriel Galípolo, indicado por Lula, mas a política de juros ainda segue o curso anterior. Segundo o presidente, mudanças na condução da economia precisam ser feitas de forma gradual. “Galípolo não pode dar um cavalo de pau na gestão do Banco Central”, comentou.

Exportações e impacto no mercado interno

O presidente também destacou que a ampliação dos mercados internacionais para produtos brasileiros impulsionou as exportações, pressionando a oferta de alimentos no mercado interno. “Abrimos 303 novos mercados para os produtos brasileiros, quase todos de alimentos. O Brasil virou o celeiro do mundo e as pessoas estão comprando muito aqui. Significa que precisamos produzir mais e melhorar a qualidade para conseguirmos reduzir os preços”, explicou.

Lula, no entanto, descartou medidas extremas como congelamento de preços ou intervenções diretas no setor produtivo. “Não posso colocar fiscal para ir em fazenda ver se o gado está guardado ou não”, afirmou.

Eleições nos EUA e influência no dólar

Outro fator mencionado por Lula para a alta da inflação dos alimentos foi a valorização do dólar, impulsionada pelo cenário político dos Estados Unidos. O presidente atribuiu a recente volatilidade da moeda às incertezas eleitorais e aos discursos do ex-presidente Donald Trump sobre a possibilidade de intervenção na Faixa de Gaza.

Na quarta-feira (5), o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,79, interrompendo uma sequência de 12 quedas. Apesar disso, a moeda americana ainda acumula:

  • queda de 0,74% na semana e no mês;

  • recuo de 6,24% no ano.

Lula demonstrou otimismo ao afirmar que, com o ajuste da cotação da moeda norte-americana, a tendência é que a inflação dos alimentos seja controlada em breve. “Estou convencido de que a gente vai resolver esse problema logo, logo”, concluiu.

 


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