Política / Eleições 2026
Análise: Tarifaço de Trump afeta Bolsonaro, Tarcísio e Michelle nas pesquisas para 2026, aponta Quaest
Lula amplia vantagem no 2º turno; apoio bolsonarista oscila e Eduardo cresce apenas entre o público radicalizado
17/07/2025
07:30
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
A mais recente pesquisa da Quaest, divulgada nesta quinta-feira (17), revela os efeitos negativos do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil sobre os principais nomes da direita brasileira que disputam a sucessão presidencial de 2026. Segundo o diretor do instituto, Felipe Nunes, a associação de Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao ex-presidente americano gerou desgaste eleitoral, reduzindo o desempenho dos dois em cenários de segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“As simulações mostram claramente os efeitos negativos da associação de Bolsonaro ao tarifaço de Trump. Antes, ele empatava com Lula; agora, está seis pontos atrás”, afirma Nunes.
A pesquisa mostra Lula com 43% contra 37% de Bolsonaro em um eventual segundo turno — 6 pontos a mais do que na sondagem anterior, quando ambos apareciam empatados com 41%. No caso de Tarcísio, a distância aumentou de 1 ponto para 4 pontos, embora tecnicamente ainda seja considerada empate no limite da margem de erro de 2 pontos percentuais.
“Em maio, Tarcísio estava a 1 ponto de Lula. Agora aparece 4 atrás. É um reflexo direto da tensão diplomática e comercial com os EUA”, avalia Nunes.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que liderava como uma das alternativas ao marido inelegível, oscilou três pontos para baixo no segundo turno e agora aparece com 36% contra 43% de Lula.
Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apesar da alta visibilidade internacional ao atuar diretamente nos Estados Unidos em apoio ao tarifaço, não converteu o protagonismo em votos. Permanece com 33% contra 43% de Lula, mantendo a mesma desvantagem da pesquisa anterior.
“Eduardo Bolsonaro não cresceu fora da bolha. Seu protagonismo internacional não se traduziu em apoio eleitoral mais amplo”, observa Nunes.
A Quaest também investigou quem os eleitores gostariam de ver como substituto de Bolsonaro, caso ele permaneça inelegível. O nome de Eduardo Bolsonaro subiu de 10% para 22% entre eleitores que se declaram bolsonaristas — crescimento relevante, mas restrito a um nicho radicalizado.
Enquanto isso, Michelle Bolsonaro foi quem mais perdeu apoio entre esse grupo: caiu de 44% para 33%, variação dentro da margem de erro, mas que revela perda de fôlego. Tarcísio de Freitas também oscilou negativamente, mas ainda lidera a preferência no agregado.
Instituto: Quaest
Encomenda: Genial Investimentos
Período: 10 a 14 de julho de 2025
Entrevistados: 2.004 pessoas com 16 anos ou mais
Municípios: 120 em todo o Brasil
Margem de erro: 2 p.p.
Nível de confiança: 95%
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