Política Internacional
Coreia do Norte ameaça expandir arsenal nuclear após manobras militares dos EUA e Coreia do Sul
Kim Jong-un inspeciona destróier Choe Hyon e acusa aliados de provocação com “elemento nuclear” nos exercícios Ulchi Freedom Shield
19/08/2025
13:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O líder norte-coreano Kim Jong-un prometeu acelerar a expansão do arsenal nuclear de seu país em resposta aos exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul, iniciados nesta segunda-feira (18). A declaração foi divulgada nesta terça-feira (19) pela agência estatal KCNA, enquanto Kim inspecionava o destróier Choe Hyon, navio de guerra de 5 mil toneladas equipado com sistemas nucleares.
O treinamento conjunto Ulchi Freedom Shield, que terá duração de 11 dias, mobiliza 21 mil soldados, sendo 18 mil sul-coreanos, em simulações computadorizadas e operações de campo. O objetivo, segundo Washington e Seul, é conter a ameaça nuclear e de mísseis do Norte e incluir lições de guerras recentes, como a da Ucrânia e o conflito entre Israel e Irã.
Pyongyang, no entanto, denuncia as manobras como “ensaios de invasão”. Para Kim, os exercícios demonstram a “vontade de iniciar uma guerra” e exigem “contramedidas proativas e avassaladoras”.
Durante a inspeção no porto de Nampo, Kim exaltou o Choe Hyon como um marco no avanço naval nuclear da Coreia do Norte. O navio, previsto para entrar em serviço em 2026, foi projetado para operar com sistemas antiaéreos, antinavais e lançar mísseis balísticos e de cruzeiro com capacidade nuclear.
Em maio, Pyongyang apresentou um segundo destróier, o Kang Kon, que sofreu danos em uma fracassada cerimônia de lançamento em Chongjin.
O navio foi relançado em junho após reparos, mas especialistas duvidam de sua plena capacidade operacional.
Um terceiro destróier deve ser concluído até outubro, segundo a KCNA.
A porta-voz do presidente sul-coreano Lee Jae Myung, Kang Yu-jung, declarou que Seul “sempre considerou os exercícios defensivos”, sem comentar diretamente as ameaças de Kim. O Ministério da Defesa sul-coreano afirmou que não há novas avaliações sobre o destróier norte-coreano.
Já autoridades militares dos EUA e da Coreia do Sul ressaltaram que os treinamentos buscam dissuadir o uso de armas nucleares, preparar resposta a ataques de mísseis e enfrentar cenários de drones, bloqueio de GPS e ciberataques.
As tensões na Península Coreana aumentaram desde que Kim intensificou seu programa nuclear e estreitou laços com Moscou após a invasão da Ucrânia pela Rússia. As negociações nucleares com Washington estão paralisadas desde 2019, após o fracasso da cúpula com o então presidente Donald Trump.
Na última semana, o presidente sul-coreano Lee anunciou que pretende retomar o acordo militar intercoreano de 2018, suspenso em 2024 após provocações do Norte. O pacto estabelecia zonas de amortecimento em terra, mar e espaço aéreo para evitar confrontos, mas foi abandonado unilateralmente por Pyongyang.
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