Política / Eleições 2026
Tarcísio muda discurso, admite disputar Presidência em 2026 e calibra estratégia sem romper com bolsonarismo
Governador de São Paulo busca projeção nacional, conversa com marqueteiros e se prepara para dois cenários: reeleição no Estado ou corrida pelo Planalto
24/08/2025
09:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixou de lado o discurso categórico de que não seria candidato à Presidência em 2026. Em conversas recentes com aliados, passou a admitir a hipótese de disputar o Planalto, embora reforce que sua prioridade continua sendo a reeleição no Estado. A mudança ocorre em meio a ajustes de comunicação, aproximação com marqueteiros e movimentos para ganhar visibilidade nacional.
Segundo aliados, Tarcísio trabalha com dois cenários: continuar à frente do Palácio dos Bandeirantes, onde acredita ter caminho tranquilo para a reeleição, ou disputar a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) peça explicitamente sua candidatura.
Fontes do governo paulista revelam que consultas informais a marqueteiros como Chico Mendez e Paulo Vasconcelos já foram feitas, além de conversas com a equipe de Pablo Nobel, responsável pela campanha de 2022. Embora a assessoria de Tarcísio negue emissários organizando equipe de campanha, aliados veem no movimento uma preparação para não começar do zero caso a candidatura presidencial seja confirmada.
Em paralelo, o governador intensifica a agenda no interior de São Paulo, com inaugurações e anúncios de investimentos, enquanto marca presença em fóruns do setor financeiro, onde apresenta sua visão econômica e critica o governo federal.
O tom de Tarcísio também mudou. Antes visto como opositor moderado, o governador tem adotado críticas diretas ao presidente Lula e ao PT.
“O Brasil não aguenta mais excesso de gasto. Não aguenta mais aumento de imposto. Não aguenta mais corrupção. Não aguenta mais o PT. Não aguenta mais o Lula”, afirmou durante fórum promovido pelo BTG Pactual.
Essa guinada discursiva é vista como tentativa de consolidar espaço na direita, sem dar sinais claros de campanha antecipada, para não provocar resistência no bolsonarismo.
Mensagens extraídas do celular de Bolsonaro e divulgadas pela Polícia Federal em 20 de agosto mostram Eduardo Bolsonaro incomodado com a possibilidade de Tarcísio suceder o pai. O episódio fortaleceu o governador paulista dentro do campo da direita, já que, segundo líderes do Centrão, a leitura é que Bolsonaro já teria dado sinal verde para Tarcísio disputar a Presidência.
Num jantar oferecido pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, Tarcísio evitou falar em candidatura, preferindo manifestar solidariedade a Bolsonaro e analisar cenários econômicos.
A pressão pela candidatura presidencial cresce, mas Tarcísio só deve entrar na disputa se houver:
apoio explícito de Bolsonaro;
unidade do bolsonarismo;
respaldo de partidos de centro-direita;
e um cenário político mais previsível.
Aliados lembram que enfrentar Lula não será tarefa simples.
“Lula sabe ganhar eleição, e Tarcísio não arriscará em um ambiente de incerteza”, afirmou um interlocutor próximo.
Com discurso calibrado, forte agenda estadual e movimentos discretos de projeção nacional, Tarcísio de Freitas se prepara para ser protagonista em 2026. Se disputará a reeleição em São Paulo ou a Presidência ainda depende de variáveis políticas, mas o governador já trabalha para não ser surpreendido pelo calendário eleitoral.
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