Palmas (TO), Quinta-feira, 23 de Outubro de 2025

Justiça / Concursos Públicos

STF derruba regras abusivas de altura e garante igualdade de acesso em concursos da segurança pública

Nova decisão unifica critérios e impede exclusão de candidatos com base em exigências desproporcionais

22/10/2025

14:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O Supremo Tribunal Federal (STF) fixou, em repercussão geral, que a exigência de altura mínima para ingresso em cargos do Sistema Único de Segurança Pública — como polícias militares estaduais e corpos de bombeirossó será válida se estiver prevista em lei e seguir os parâmetros do Exército Brasileiro: 1,60 metro para homens e 1,55 metro para mulheres.

A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 1.469.887, relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso, e agora passa a ter efeito vinculante, ou seja, todos os tribunais do país deverão seguir o mesmo entendimento.

O caso que levou o tema ao STF

O processo foi motivado por uma candidata à Polícia Militar de Alagoas, reprovada por medir 1,56 metro — quatro centímetros abaixo do limite imposto pelo edital local.
O Supremo reconheceu que o critério estadual era mais rigoroso que o federal (Lei nº 12.705/2012, que regula o ingresso no Exército) e determinou que a candidata continuasse no concurso.

“É legítimo exigir altura mínima em atividades policiais ou militares, mas o parâmetro deve respeitar a lei federal e os princípios da razoabilidade e da isonomia”, destacou Barroso.

Uniformização nacional e fim das desigualdades

Antes da decisão, cada estado definia suas próprias regras, com variações de até 10 centímetros entre os editais — o que gerava insegurança jurídica e excluía candidatos capacitados.
Com a tese fixada, nenhum edital poderá exigir altura superior ao limite federal, devendo todos os entes federativos ajustar suas legislações e concursos.

Especialistas celebram avanço

Para a advogada Laís Ferreira, a decisão “corrige uma distorção histórica e impede que a altura seja usada como barreira social”.
Iris Matos ressalta o impacto simbólico da medida:

“Durante anos, mulheres e pessoas de baixa estatura foram impedidas de seguir carreiras para as quais estavam plenamente aptas. O Supremo restabelece o princípio da razoabilidade e reconhece que a competência deve estar acima de características físicas irrelevantes.”

O que muda na prática

  • Editais em andamento com exigências desproporcionais deverão ser revistos.

  • Candidatos eliminados apenas pela altura poderão recorrer administrativa ou judicialmente.

  • Estados e municípios precisam adequar suas leis e concursos ao novo padrão federal.

A decisão é vista como uma vitória dos concurseiros e da igualdade de acesso ao serviço público, reafirmando que o concurso deve avaliar mérito, preparo e vocação — não centímetros a mais ou a menos.


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