Palmas (TO), Sábado, 15 de Novembro de 2025

Política / Justiça

STF transforma Eduardo Bolsonaro em réu por coação no julgamento do golpe

Cármen Lúcia forma maioria na Primeira Turma; PGR acusa deputado de pressionar autoridades brasileiras com articulações internacionais

15/11/2025

09:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, receber a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Com o voto da ministra Cármen Lúcia, registrado neste sábado (15), o colegiado formou maioria para transformar o parlamentar em réu por coação no curso do processo, crime previsto no Código Penal.

A acusação aponta que Eduardo Bolsonaro atuou a partir do exterior para interferir no julgamento do processo que condenou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar organização criminosa voltada a mantê-lo no poder após a derrota nas eleições de 2022.

O que diz a PGR

Segundo a Procuradoria, o deputado:

  • buscou pressionar autoridades brasileiras;

  • articulou “sanções internacionais” para constranger ministros do Supremo;

  • tentou barrar o andamento da ação penal contra Jair Bolsonaro;

  • atuou em conjunto com Paulo Figueiredo, também apontado como responsável pelas articulações no exterior.

A PGR concluiu que os dois projetaram um ambiente de instabilidade, medo e represálias estrangeiras, configurando o crime de coação no curso do processo — punido com 1 a 4 anos de prisão.

Votação unânime na Primeira Turma

Além de Cármen Lúcia, votaram pelo recebimento da denúncia:

  • Alexandre de Moraes (relator)

  • Flávio Dino

  • Cristiano Zanin

Mesmo com placar unânime, o prazo de votação no plenário virtual segue até 25 de novembro, quando será publicada a ata. Ainda é possível que algum ministro mude o voto, peça vista ou leve o processo ao plenário — embora isso seja considerado improvável pela Corte.

As acusações destacadas no voto de Moraes

No voto que embasou a abertura da ação penal, o relator Alexandre de Moraes afirmou que Eduardo Bolsonaro:

  • “insistiu na estratégia de ameaçar gravemente os ministros do Supremo”;

  • atuou para obter sanções do governo Donald Trump, como:

    • tarifas de exportação contra o Brasil (“tarifaço”),

    • suspensão de vistos,

    • aplicação da Lei Magnitsky diretamente contra o ministro, familiares e outras autoridades brasileiras.

Essas sanções foram decretadas pelo governo Trump sob o argumento, sem provas, de que o STF estaria cometendo injustiças contra Jair Bolsonaro.

Além de Moraes, foram afetados pela medida:

  • Viviane de Moraes (esposa do ministro),

  • outros ministros do STF,

  • o advogado-geral da União Jorge Messias, que também teve o visto cancelado.

Próximos passos

Com a decisão, abre-se formalmente a ação penal contra Eduardo Bolsonaro. A fase de instrução incluirá:

  • oitiva de testemunhas,

  • coleta de provas,

  • interrogatório do réu.

A partir daí, a Primeira Turma decidirá se o deputado será condenado ou absolvido.


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