O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta segunda-feira (18), o 1º dia da Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro. Em um discurso contundente, Lula criticou os investimentos globais em guerras enquanto milhões enfrentam fome e pobreza, problemas que ele classificou como "a maior tragédia coletiva da humanidade".

Críticas e propostas no G20

Lula destacou que o mundo enfrenta o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados da história. Para ele, a fome e a pobreza não são consequências de escassez, mas de escolhas políticas que perpetuam exclusões sociais.

“Em um mundo que produz quase 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano e gasta 2,4 trilhões de dólares em armamentos, é inaceitável que 733 milhões de pessoas convivam com a subnutrição”, afirmou o presidente, citando dados da FAO.

Lula lançou oficialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, principal legado de sua presidência no G20, com adesão inicial de 81 países, 26 organizações internacionais e diversos parceiros financeiros.

O papel do Brasil e ações locais

Lula relembrou os avanços sociais de seu governo, como a retirada do Brasil do Mapa da Fome da FAO em 2014, e garantiu que o país está no caminho de voltar a esse patamar até 2026. Ele ressaltou a importância de programas como o Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que já tiraram 24,5 milhões de brasileiros da extrema pobreza em pouco menos de dois anos.

Presença de líderes globais

O evento reúne 19 chefes de Estado e representantes da União Europeia e União Africana. Entre os presentes estão Joe Biden (EUA), Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália) e Javier Milei (Argentina). Vladimir Putin, presidente da Rússia, é o único líder ausente, sendo representado pelo ministro Sergei Lavrov.

O legado brasileiro no G20

Sob a presidência brasileira, o G20 priorizou:

1. Combate à fome, pobreza e desigualdade.
2. Mudanças climáticas e transições energéticas.
3. Reformas na governança global, incluindo a ONU.

Ao longo de um ano, o Brasil liderou esforços para criar políticas sustentáveis e compromissos multilaterais em temas que impactam diretamente a vida de milhões de pessoas.

A cúpula segue até terça-feira (19), quando a presidência do G20 será transferida para a África do Sul.