O Brasil marcou duas grandes vitórias na Cúpula de Líderes do G20, que termina nesta terça-feira (19) no Rio de Janeiro. A diplomacia brasileira conseguiu garantir a aprovação da declaração final dos líderes, alinhada previamente entre os países, e concretizar o compromisso de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, bandeira central da presidência brasileira no grupo.

Declaração final como marco da diplomacia

A declaração, divulgada nesta segunda-feira (18), é considerada uma vitória da diplomacia brasileira, especialmente por ter superado entraves relacionados aos conflitos em curso, como os na Ucrânia e na Faixa de Gaza. O documento reafirma:

• A necessidade de respeitar as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU).
• A condenação do uso da força contra a soberania dos Estados.
• A importância de soluções diplomáticas e de paz.
• O apoio à solução de dois Estados no conflito entre Israel e Palestina.

Além disso, após intensas negociações, foi incluída a palavra "infraestrutura" em um trecho que condena ataques a "civis" em guerras. Essa inclusão foi um ponto de pressão liderado pelos países do G7, especialmente diante dos recentes bombardeios russos na Ucrânia.

O presidente da Argentina, Javier Milei, apesar de ressalvas, também assinou o documento. Sua adesão gerou expectativas devido a discordâncias prévias sobre temas como a taxação de super-ricos e igualdade de gênero.

Aliança Global contra a Fome

Outro destaque da cúpula foi o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, oficializada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pacto reúne 148 membros, incluindo 82 países, com o objetivo de unir esforços globais para enfrentar a fome e a pobreza.

A iniciativa é uma das principais bandeiras da presidência brasileira no G20 e busca financiar ações com apoio de organizações internacionais, países e instituições financeiras. O Brasil foi incluído como membro em uma segunda versão do pacto, consolidando sua liderança no tema.

Importância histórica

A cúpula deste ano marca a primeira vez em dois anos que o G20 consegue aprovar um documento final com consenso entre os membros. Além disso, a inclusão de pautas humanitárias e sociais reforça o papel do Brasil como mediador global e líder na promoção de políticas mais inclusivas e sustentáveis.