POLÍTICA
General preso afirma que Bolsonaro autorizou plano golpista, aponta Polícia Federal
Investigações indicam que militares planejaram ações até o último dia de governo do ex-presidente, com possíveis ataques a Lula e Alexandre de Moraes.
20/11/2024
10:00
NAOM
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19), revelou novas alegações sobre um suposto plano golpista envolvendo militares e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a PF, o general da reserva Mário Fernandes, um dos alvos da operação, afirmou em mensagens de voz que Bolsonaro teria autorizado ações golpistas até 31 de dezembro de 2022, último dia de seu mandato.
Em áudio enviado ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o general Fernandes declarou que o então presidente teria permitido que o grupo agisse até o fim de seu governo. Ele mencionou ainda a diplomação de Lula, realizada em 12 de dezembro de 2022, como um momento sem restrições para a execução dos planos. "Qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro", teria dito Bolsonaro, segundo o relato.
Fernandes, que atuou como secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro, é apontado como autor do documento denominado "Punhal Verde e Amarelo", que detalhava um suposto plano de ataque ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice Geraldo Alckmin e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PF informou que o documento foi impresso dentro do Palácio do Planalto e posteriormente levado ao Palácio da Alvorada, residência oficial de Bolsonaro. O material continha supostos planos que incluíam sequestro e homicídio de autoridades. Embora Bolsonaro tenha sido citado nas investigações, ele não é formalmente investigado no caso.
Em comunicado, a PF detalhou: "O documento contendo o planejamento operacional denominado 'Punhal Verde Amarelo' foi impresso pelo investigado Mário Fernandes no Palácio do Planalto e levado ao Palácio da Alvorada."
Até o momento, Bolsonaro não se manifestou publicamente sobre as alegações. No entanto, seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), saiu em defesa do ex-presidente nas redes sociais. Flávio minimizou as acusações, alegando que "pensar em matar alguém não é crime" e ressaltou a necessidade de provas concretas para caracterizar uma tentativa.
Ele também mencionou um projeto de lei de sua autoria que busca criminalizar atos preparatórios de crimes graves. "Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver tentativa, é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes", afirmou o senador.
A Operação Contragolpe busca prender cinco militares suspeitos de envolvimento nos planos golpistas. O caso reforça as tensões em torno do período de transição presidencial no Brasil, marcado por episódios de instabilidade política.
As investigações prosseguem, e novos desdobramentos podem trazer mais informações sobre o possível envolvimento de Bolsonaro e de integrantes de seu governo nos atos conspiratórios.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
CCR MSVia alerta para obras com tráfego alternado na BR-163/MS nesta quarta-feira, 15
Leia Mais
Governo Lula prepara campanha às pressas para negar taxação do Pix
Leia Mais
Caixa inicia calendário de aditamentos dos contratos do novo FIES
Leia Mais
Confira seu astral para esta quarta-feira, 15
Municípios