POLÍTICA
Cid implica Braga Netto em plano golpista e mantém delação premiada, decide STF
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro fornece novas informações que fortalecem investigação sobre tentativa de golpe.
21/11/2024
17:35
G1
DA REDAÇÃO
Mauro Cid deixa STF após depor a Moraes — Foto: Reprodução/GloboNews
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (21). Durante a audiência, Cid forneceu novos detalhes sobre a suposta participação do general Braga Netto na tentativa de golpe de Estado que teria sido planejada após a derrota de Bolsonaro para Lula (PT) nas eleições de 2022.
Segundo fontes com acesso ao depoimento, a audiência foi descrita como "ótima" devido às revelações apresentadas. Caso Cid não tivesse esclarecido as contradições apontadas pela Polícia Federal em seu depoimento anterior, sua delação premiada correria o risco de ser anulada, o que poderia resultar em sua prisão imediata.
Após o depoimento, o STF confirmou a manutenção do acordo de delação premiada, ressaltando que Cid continuará contribuindo com as investigações.
As investigações indicam que o plano para assassinar o presidente Lula e o vice Alckmin foi discutido em uma reunião realizada na residência de Braga Netto, em 12 de novembro de 2022. Além do general, estariam presentes o próprio Mauro Cid e os majores Hélio Ferreira Lima e Rafael de Oliveira, ambos presos na última terça-feira (19).
O plano incluía a execução dos ataques em 15 de dezembro e previa que os generais Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Braga Netto assumissem o comando de um "grupo de crise" para coordenar as ações pós-golpe.
O depoimento desta quinta trouxe informações inéditas que corroboram as suspeitas da Polícia Federal sobre o envolvimento direto de Braga Netto no planejamento. Fontes indicam que a colaboração de Cid detalha encontros e conversas-chave que fortalecem o inquérito sobre a tentativa de golpe.
Esse avanço pode representar um ponto de virada na investigação, envolvendo figuras de alta patente militar e ex-integrantes do governo Bolsonaro.
Mauro Cid já havia sido apontado como peça central nas investigações sobre a tentativa de golpe devido às mensagens encontradas em seu celular, que indicavam articulações golpistas. Sua colaboração é considerada estratégica para desvendar o envolvimento de outros militares e políticos de alto escalão.
Apesar de pressões e versões contraditórias, o militar conseguiu manter o acordo de delação, que inclui benefícios como redução de pena em troca de informações relevantes para o caso.
O depoimento de Cid pode intensificar as investigações sobre a participação de outros ex-integrantes do governo Bolsonaro, incluindo generais e aliados políticos.
O STF agora espera a análise da Procuradoria Geral da República (PGR) para decidir sobre possíveis denúncias formais contra os envolvidos.
Essas novas revelações aumentam a pressão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua base aliada, enquanto a Justiça avança na responsabilização dos supostos articuladores da tentativa de golpe.
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