Palmas (TO), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Militares investigados por trama golpista ficam fora da lista de indiciados da Polícia Federal

Três militares e um empresário citados nas investigações não foram indiciados, mesmo com indícios de envolvimento em ataques ao sistema eleitoral e plano golpista.

24/11/2024

07:45

FE

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

A Polícia Federal concluiu na última quinta-feira (21) o inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado e ataques ao sistema eleitoral, indiciando 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, nomes de destaque, como o general Luiz Eduardo Ramos, o coronel Jean Lawand Júnior, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo e o empresário Eder Balbin, ficaram de fora da lista de indiciados, gerando questionamentos sobre os critérios adotados pela PF.

Exclusões polêmicas

Entre os nomes mencionados, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, preso na operação Contragolpe, é acusado de integrar um grupo que planejava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele seria parte do grupo “Copa 2022”, que utilizava o aplicativo Signal para monitorar autoridades e planejar ações criminosas.

O general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, também foi excluído da lista, apesar de evidências indicando sua participação em ações para questionar a segurança das urnas eletrônicas. Ramos teria procurado especialistas para produzir materiais sobre supostas fraudes eleitorais e esteve envolvido em reuniões com Bolsonaro para discutir o tema.

Outro excluído foi o coronel Jean Lawand Júnior, que teria pressionado Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para que o então presidente liderasse um golpe de Estado. Mensagens atribuídas a Lawand, encontradas pela PF, indicam seu apelo para que Bolsonaro agisse contra a posse de Lula.

O empresário Eder Balbin, conhecido como “gênio de Uberlândia”, foi citado por suas ações contratadas pelo PL para questionar a confiabilidade das urnas. Ele já foi alvo de busca e apreensão na operação Tempus Veritatis, mas não foi indiciado.

Indiciamentos e núcleos investigados

Os 37 indiciados pela PF foram divididos em seis núcleos:

  • Desinformação e ataques ao sistema eleitoral;
  • Incitação de militares ao golpe;
  • Apoio jurídico;
  • Operacional de ações golpistas;
  • Inteligência paralela;
  • Cumprimento de medidas coercitivas.

O inquérito, conduzido sob supervisão do ministro Alexandre de Moraes, será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Repercussão

A exclusão dos militares e do empresário da lista de indiciados gerou críticas, considerando os indícios robustos apontados nas investigações. A expectativa é que a PGR e o STF avaliem o inquérito com rigor para garantir que os envolvidos sejam responsabilizados.


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