POLÍTICA
Em áudio, Mauro Cid afirma que golpe de Estado deveria ocorrer antes da diplomação de Lula
Diálogo entre ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e general Mario Fernandes foi obtido em investigação da Polícia Federal.
25/11/2024
20:14
G1
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Em áudio obtido pela Polícia Federal (PF), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarou que um golpe de Estado precisaria ser realizado antes do dia 12 de dezembro de 2022, data da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A conversa ocorreu com o general Mario Fernandes e integra as investigações sobre tentativas de abalar a democracia brasileira após a derrota de Bolsonaro nas eleições de outubro daquele ano.
Na conversa, Cid expressa preocupação com a postura de Bolsonaro, sugerindo que o então presidente procrastinava decisões importantes enquanto aguardava possíveis apoios.
“Vou conversar com o presidente [Bolsonaro]. Ele tem essa personalidade às vezes. Ele espera, espera, espera, pra ver até onde vai, ver os apoios que tem. Só que às vezes o tempo está curto, não dá pra esperar muito mais passar”, afirmou Mauro Cid.
Em seguida, ele aponta a data-limite para a ação:
“Dia 12 seria... Teria que ser antes do dia 12, mas com certeza não vai acontecer nada.”
A diplomação de Lula ocorreu em 12 de dezembro de 2022, mas o período foi marcado por tensões políticas e violência. No mesmo dia, apoiadores de Bolsonaro protagonizaram tumultos em Brasília, atacando a sede da Polícia Federal e depredando estabelecimentos comerciais. Os atos golpistas representaram uma escalada na crise política que culminaria na invasão das sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023.
A investigação da PF busca esclarecer os detalhes das articulações e as responsabilidades individuais nos episódios que ameaçaram o Estado Democrático de Direito.
A revelação do áudio reforça as suspeitas sobre a existência de planos concretos para desestabilizar o resultado das eleições. Políticos, analistas e organizações de defesa da democracia condenaram as declarações e pediram respostas firmes das instituições brasileiras.
Mauro Cid já figura como um dos principais investigados em diversas frentes, incluindo as Operações Tempus Veritatis e Contragolpe, que apuram tentativas de golpe e outros crimes relacionados ao período eleitoral.
A Polícia Federal deve aprofundar a apuração dos fatos para determinar a extensão do envolvimento de Cid, Fernandes e outros agentes nas tentativas de golpe. A possível participação de Bolsonaro também segue sob investigação, com base em indícios revelados nos últimos meses.
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