Palmas (TO), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Em áudio, Mauro Cid afirma que golpe de Estado deveria ocorrer antes da diplomação de Lula

Diálogo entre ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e general Mario Fernandes foi obtido em investigação da Polícia Federal.

25/11/2024

20:14

G1

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

Em áudio obtido pela Polícia Federal (PF), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarou que um golpe de Estado precisaria ser realizado antes do dia 12 de dezembro de 2022, data da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A conversa ocorreu com o general Mario Fernandes e integra as investigações sobre tentativas de abalar a democracia brasileira após a derrota de Bolsonaro nas eleições de outubro daquele ano.

O diálogo sobre o prazo para o golpe

Na conversa, Cid expressa preocupação com a postura de Bolsonaro, sugerindo que o então presidente procrastinava decisões importantes enquanto aguardava possíveis apoios.

“Vou conversar com o presidente [Bolsonaro]. Ele tem essa personalidade às vezes. Ele espera, espera, espera, pra ver até onde vai, ver os apoios que tem. Só que às vezes o tempo está curto, não dá pra esperar muito mais passar”, afirmou Mauro Cid.

Em seguida, ele aponta a data-limite para a ação:
“Dia 12 seria... Teria que ser antes do dia 12, mas com certeza não vai acontecer nada.”

Contexto e desdobramentos

A diplomação de Lula ocorreu em 12 de dezembro de 2022, mas o período foi marcado por tensões políticas e violência. No mesmo dia, apoiadores de Bolsonaro protagonizaram tumultos em Brasília, atacando a sede da Polícia Federal e depredando estabelecimentos comerciais. Os atos golpistas representaram uma escalada na crise política que culminaria na invasão das sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023.

A investigação da PF busca esclarecer os detalhes das articulações e as responsabilidades individuais nos episódios que ameaçaram o Estado Democrático de Direito.

Repercussão

A revelação do áudio reforça as suspeitas sobre a existência de planos concretos para desestabilizar o resultado das eleições. Políticos, analistas e organizações de defesa da democracia condenaram as declarações e pediram respostas firmes das instituições brasileiras.

Mauro Cid já figura como um dos principais investigados em diversas frentes, incluindo as Operações Tempus Veritatis e Contragolpe, que apuram tentativas de golpe e outros crimes relacionados ao período eleitoral.

Investigação e próximos passos

A Polícia Federal deve aprofundar a apuração dos fatos para determinar a extensão do envolvimento de Cid, Fernandes e outros agentes nas tentativas de golpe. A possível participação de Bolsonaro também segue sob investigação, com base em indícios revelados nos últimos meses.

 

 

 


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