Política / Economia
Governo Lula projeta salário mínimo de R$ 1.630 para 2026
Reajuste será limitado pelo arcabouço fiscal e deve impactar aposentadorias, benefícios sociais e o Orçamento da União
15/04/2025
19:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O governo federal projeta que o salário mínimo será de R$ 1.630 em 2026, segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) enviado ao Congresso Nacional nesta terça-feira (15). Se confirmado, o valor representa um reajuste de 7,38% em relação ao piso atual, que é de R$ 1.518.
A estimativa leva em conta a política de valorização do salário mínimo, que combina a inflação acumulada até novembro de 2025 com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes — neste caso, o PIB de 2024, que cresceu 3,4%, segundo o IBGE.
No entanto, o ganho real será limitado a 2,5% acima da inflação, conforme regra fiscal aprovada no fim de 2024, como parte do pacote de controle de gastos liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A medida visa evitar que o aumento das despesas obrigatórias, atreladas ao piso, comprometa a execução de investimentos e outras ações governamentais.
“O novo modelo de correção busca conciliar valorização do salário mínimo com a sustentabilidade fiscal”, explicou fonte do governo.
Inicialmente, a projeção para o salário mínimo de 2026 era de R$ 1.627, mas ajustes nas simulações internas e nas projeções de inflação elevaram o valor para os R$ 1.630 agora estimados no PLDO.
O valor ainda pode ser revisto, conforme variações na inflação e no ritmo de arrecadação federal. Uma nova projeção será divulgada até o dia 31 de agosto, quando o governo apresentará o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026.
O salário mínimo serve de referência para benefícios sociais e previdenciários, como:
Aposentadorias e pensões do INSS
BPC (Benefício de Prestação Continuada)
Seguro-desemprego e abono salarial
Por isso, cada R$ 1 de aumento no mínimo gera um impacto bilionário no Orçamento da União. A regra do arcabouço fiscal busca manter o controle sobre esse crescimento, determinando que o ganho real fique entre 0,6% e 2,5%, dependendo do desempenho da arrecadação.
Segundo estimativas da equipe econômica, o reajuste proposto para 2026 está no teto permitido pelo novo modelo fiscal. Se confirmado, o piso subirá R$ 112 em relação ao valor atual, e poderá pressionar o governo a ampliar receitas ou rever despesas para cumprir metas fiscais.
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