Famosos / Luto
Morre Preta Gil aos 50 anos, vítima de câncer no intestino
Cantora, empresária e filha de Gilberto Gil estava em tratamento nos EUA desde 2023; trajetória marcou a música e o carnaval brasileiro
20/07/2025
20:20
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A cantora Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, em Nova York (EUA), onde fazia tratamento experimental contra um câncer no intestino. A informação foi confirmada por familiares e pessoas próximas. Preta lutava contra a doença desde janeiro de 2023, quando iniciou sessões de quimioterapia, radioterapia e passou por cirurgia no Brasil. Em 2024, o câncer retornou em outras partes do corpo, o que motivou sua ida aos Estados Unidos para novas terapias.
Filha do cantor Gilberto Gil com Sandra Gadelha, e afilhada de Gal Costa, Preta Gil foi uma das artistas mais emblemáticas de sua geração, com uma carreira marcada por ousadia, pluralidade musical e ativismo em defesa da diversidade, das mulheres e da liberdade artística.
Preta iniciou sua carreira como produtora e publicitária, mas aos 29 anos decidiu se lançar como cantora com o disco "Prêt-à-Porter", de 2003, que trouxe o sucesso “Sinais de Fogo”, composição de Ana Carolina. A capa do álbum, com Preta nua, causou polêmica e forte repercussão na época. “Veio uma enxurrada de críticas, muito conservadorismo”, declarou anos depois em entrevista a Pedro Bial.
Entre seus trabalhos mais populares estão:
Álbum "Preta" (2005), com faixas como “Muito Perigoso” e “Eu e você, você e eu”
“Noite Preta” (2010), projeto que percorreu o país por sete anos
“Baile da Preta”, show que mesclava MPB com funk, axé, forró e samba
DVD "Bloco da Preta", que contou com participações de Ivete Sangalo, Anitta, Lulu Santos e Thiaguinho
Último álbum “Todas as Cores” (2017), com Pabllo Vittar, Marília Mendonça e Gal Costa
Além da música, Preta atuou em séries e novelas, como “As Cariocas”, “Ó Paí, Ó” e o humorístico “Vai que Cola”, além de apresentar programas de TV como o provocativo “Vai e Vem”, com entrevistas sobre sexualidade.
Preta Gil também foi destaque no carnaval do Rio de Janeiro, ao criar o icônico “Bloco da Preta”, que chegou a reunir mais de 500 mil foliões no Centro da capital em 2017.
“É o ápice do meu ano. Trabalho o ano inteiro por esse momento”, disse em entrevista ao g1.
No meio empresarial, Preta foi uma das fundadoras da Mynd, agência voltada à gestão de imagem de artistas e influenciadores. A empresa atendeu nomes como Luísa Sonza, Camilla de Lucas e Pabllo Vittar.
Preta Gil era mãe de Francisco Gil, fruto do relacionamento com o ator Otávio Müller, com quem foi casada entre 1994 e 1995. Francisco é pai de Sol de Maria, única neta de Preta.
A artista teve ainda dois casamentos posteriores: com Carlos Henrique Lima (2009–2013) e com Pedro Godoy, com quem esteve até 2023, quando o casal se separou durante o tratamento oncológico.
Preta era irmã de Pedro, Maria, Bem, José e Bela Gil, filhos de Gilberto Gil com diferentes uniões. Durante sua vida, destacou-se pela união familiar e pela defesa pública da cultura afro-brasileira e das minorias.
Em 2021, a artista lançou a canção “Meu Xodó” em parceria com o filho, descrevendo o momento como essencial para reencontrar sua voz. “Se não fosse o Fran, talvez eu tivesse perdido minha voz mesmo. Ele me segurou”, declarou ao g1.
O legado de Preta Gil ultrapassa a música. Ela se consolidou como um símbolo de liberdade, autenticidade e resistência, especialmente por sua postura frente ao machismo, ao preconceito e à gordofobia.
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