Palmas (TO), Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025

Política / Câmara Federal

Motta adia discussão sobre fim do foro privilegiado; Centrão e oposição articulam mudanças que ampliam proteção a parlamentares

PEC que extingue foro pode voltar à pauta na próxima semana com proposta de restabelecer autorização prévia do Congresso para processar deputados e senadores

12/08/2025

14:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue o foro privilegiado não será debatida nesta semana. A decisão foi oficializada com a publicação da pauta da Casa, apesar da pressão de líderes do PL e PP para votar o tema.

Segundo Motta, e conforme avaliação de outras lideranças, a discussão ainda é considerada “prematura” e deverá ser retomada na próxima quinta-feira (14), quando serão definidos os itens da pauta da semana seguinte.

Pressão da oposição e do Centrão

O Centrão e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendem a retomada de uma PEC aprovada pelo Senado em 2017 e validada por comissão especial da Câmara em 2018, mas sem avanços desde então. O texto extingue o foro privilegiado para a maioria das autoridades, com exceções, e revoga o dispositivo que garante o julgamento de deputados e senadores exclusivamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde a diplomação.

Hoje, após decisão recente do STF, a prerrogativa permanece válida mesmo depois que a autoridade deixa o cargo, o que, na avaliação da oposição, prejudica Bolsonaro, alvo de diversas ações na Corte — entre elas, a que apura tentativa de golpe de Estado.

Proposta de mais blindagem parlamentar

Parlamentares do Centrão articulam incluir na PEC uma mudança constitucional que restabeleça a exigência de autorização prévia do Congresso para processar deputados e senadores, regra que vigorou de 1988 a 2001.
Na prática, essa alteração ampliaria a proteção dos parlamentares contra ações judiciais, exigindo votação no Legislativo antes de qualquer processo criminal.

Argumentos em disputa

  • Defensores do fim do foro afirmam que a medida ampliaria as chances de parlamentares escaparem de condenações, pois julgamentos deixariam de tramitar exclusivamente no STF, permitindo mais recursos.

  • Juristas críticos alertam que a mudança poderia aumentar a pressão política sobre juízes de primeira instância e facilitar a impunidade.

  • Aliados de Bolsonaro enxergam a PEC como oportunidade de proteger o ex-presidente e outros políticos da oposição.


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