Política / Câmara Federal
Motta adia discussão sobre fim do foro privilegiado; Centrão e oposição articulam mudanças que ampliam proteção a parlamentares
PEC que extingue foro pode voltar à pauta na próxima semana com proposta de restabelecer autorização prévia do Congresso para processar deputados e senadores
12/08/2025
14:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue o foro privilegiado não será debatida nesta semana. A decisão foi oficializada com a publicação da pauta da Casa, apesar da pressão de líderes do PL e PP para votar o tema.
Segundo Motta, e conforme avaliação de outras lideranças, a discussão ainda é considerada “prematura” e deverá ser retomada na próxima quinta-feira (14), quando serão definidos os itens da pauta da semana seguinte.
O Centrão e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendem a retomada de uma PEC aprovada pelo Senado em 2017 e validada por comissão especial da Câmara em 2018, mas sem avanços desde então. O texto extingue o foro privilegiado para a maioria das autoridades, com exceções, e revoga o dispositivo que garante o julgamento de deputados e senadores exclusivamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde a diplomação.
Hoje, após decisão recente do STF, a prerrogativa permanece válida mesmo depois que a autoridade deixa o cargo, o que, na avaliação da oposição, prejudica Bolsonaro, alvo de diversas ações na Corte — entre elas, a que apura tentativa de golpe de Estado.
Parlamentares do Centrão articulam incluir na PEC uma mudança constitucional que restabeleça a exigência de autorização prévia do Congresso para processar deputados e senadores, regra que vigorou de 1988 a 2001.
Na prática, essa alteração ampliaria a proteção dos parlamentares contra ações judiciais, exigindo votação no Legislativo antes de qualquer processo criminal.
Defensores do fim do foro afirmam que a medida ampliaria as chances de parlamentares escaparem de condenações, pois julgamentos deixariam de tramitar exclusivamente no STF, permitindo mais recursos.
Juristas críticos alertam que a mudança poderia aumentar a pressão política sobre juízes de primeira instância e facilitar a impunidade.
Aliados de Bolsonaro enxergam a PEC como oportunidade de proteger o ex-presidente e outros políticos da oposição.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Governo Trump acusa Lula e Moraes de censura e aponta deterioração dos direitos humanos no Brasil
Leia Mais
Diretor da Fast Shop é preso em operação contra esquema bilionário de corrupção em SP
Leia Mais
Bolsonaro pede autorização ao STF para exames médicos em hospital de Brasília
Leia Mais
Atuação de Eduardo Bolsonaro no exterior reacende debate sobre enquadramento em crime militar
Municípios